
Aline Silva, lutadora olímpica, fala sobre desconstrução da vaidade
A atleta de wrestling encontrou no esporte uma oportunidade para mudar o rumo de sua vida e é prova viva de que as mulheres podem ocupar o espaço que quiserem - inclusive o da luta!
Para celebrar o Dia do Atleta, em 10 de fevereiro, e o Dia do Esportista, comemorado no dia 19, a equipe de All Things Hair fez uma intensa pesquisa para selecionar nomes que orgulham todos nós, brasileiros, não só pelo seu desempenho no esporte, mas também pelos ideais, missões e valores que esses atletas sempre levam na mala. Quando encontramos Aline Silva, medalhista mundial de wrestling (conhecido como luta olímpica no Brasil), nosso coração bateu diferente.
A paulista de 34 anos ganhou uma nova perspectiva de vida ao introduzir o esporte na sua adolescência e, hoje, muito além de acumular medalhas, coleciona uma série de sorrisos de meninas que têm suas vidas transformadas com seu projeto social.
A seguir, confira nosso papo com Aline, em que abordamos suas conquistas, conceitos de feminilidade e, claro, como ela cuida dos seus cabelos de atleta para estarem resistentes e saudáveis no dia a dia.
*Essa entrevista é parte de uma série de reportagens que homenageiam os atletas. Conversamos com seis deles para saber mais sobre suas trajetórias, desafios constantes e até mesmo sobre sua relação com os cabelos e de que forma ele afeta a confiança, personalidade e até o desempenho dos esportistas.
Aline Silva é nossa – e tem muito a dizer! Leia sua entrevista
ATH: Você sempre quis ser lutadora olímpica? Quando surgiu essa vontade e como chegou até onde está hoje, medalhista mundial?
AS: Fui criada só pela minha mãe e, no quintal de família em que morávamos, minha vó que cuidava de mim. Mas ela teve uma depressão profunda, e era difícil pra ela me controlar, eu era terrível e passava bastante tempo na rua.
Em uma dessas ocasiões, cheguei a ter um coma alcoólico, o que alarmou bastante minha família. Minha mãe também acabou descobrindo que eu faltava muito na escola, apesar de ter boas notas.
A solução que minha mãe encontrou na época foi me colocar em outra escola, desta vez particular, que oferecia alguns esportes no currículo. Como sempre gostei de lutinhas, escolhi o judô, a única modalidade de luta disponível.
No início, minha família não concordava com essa decisão, achavam que esse esporte me deixaria “masculina”. Mas começaram a me apoiar quando perceberam como eu estava me comportando de maneira diferente, mudando minhas companhias, deixando de ficar na rua e não fazendo mais coisas erradas.
Com quase 16 anos, meu professor me levou pra treinar no Centro Olímpico do Ibirapuera, em São Paulo, onde também rolavam aulas de wrestling (luta olímpica). Eu não fazia ideia do que era isso, achava que ninguém no mundo conhecia, e desde o começo o professor de lá insistia para eu praticar essa modalidade.
Em 2001, quando aconteceu o Campeonato Brasileiro, ele convenceu boa parte da galera do judô a participar, e entrei nessa onda. Participei e fui campeã! E depois que a gente é campeã, nosso olhar muda.
Decidi largar o judô e ficar só com a luta olímpica em 2003, quando voltei de um Mundial em Nova York, nos Estados Unidos. Vi como ela era grande no mundo e fiquei apaixonada pela modalidade!
ATH: Você é fundadora do projeto social Mempodera. Conte um pouco sobre ele!
AS: Nosso principal objetivo é o empoderamento feminino através do esporte. Usamos aulas de wrestling (luta olímpica) e inglês como ferramentas – afinal, o idioma abre portas para o mundo, principalmente pros atletas que querem competir mundo afora.
A ideia surgiu a partir do desejo de devolver para o mundo tudo que eu conquistei, e utilizar o esporte, que é uma ferramenta que me ajudou a chegar onde cheguei, para também poder mudar a vida de outras pessoas. Acredito muito no poder dele como agente educador.

Conheça o site e o perfil no Instagram do projeto Mempodera.
ATH: É verdade que você já fez cursos dentro da área de beleza?
AS: Sou formada em Estética e já tive uma clínica de depilação, limpeza de pele… Mas acabou não indo pra frente porque eu não conseguia me manter lá com a rotina de competições. De qualquer forma, foi uma experiência bem bacana!
ATH: Você se considera uma pessoa vaidosa?
AS: Sim! Inclusive, acho que essa cobrança vem de muito antes, quando eu acreditava que tinha que ser assim o tempo todo para provar pras pessoas que, apesar de lutadora, eu podia ser bonita e vaidosa – afinal, a sociedade ainda diz que luta não é lugar de mulheres, e que se a mulher está na luta, ela não é feminina.
Hoje entendo que isso não tem mais nada a ver, isso não me pertence, eu estou na luta para ser forte. Essa semelhança de vaidade e feminilidade não deveria existir, afinal, isso é para todos, homens e mulheres.
Mas naturalmente gosto muito de me cuidar, amo me maquiar, fazer as unhas… Mas faço quando quero. Não sou refém de nenhum ritual de beleza, faço quando estou no espírito e me sinto bem com aquilo, e não é sempre.
Às vezes me sinto bem com meu cabelo mais bagunçado, às vezes me sinto bem vestindo qualquer roupa e tá tudo bem, o que importa é como eu me sinto.

ATH: Você sempre gostou e usou o seu cabelo natural como é hoje ou já teve problemas de aceitação, quando a ditadura do liso era uma grande questão para as mulheres?
AS: A relação com meu cabelo era bem complicada. Na infância, meus fios não cacheavam nem ficava lisos. Meu vô, por exemplo, vivia dizendo que ia cortá-los, porque viviam bagunçados enquanto eu corria pra lá e pra cá.
Nessa época, fiz de tudo um pouco: usei ferro pra tentar alisar o cabelo, já fiz procedimentos químicos (tanto que meu cabelo chegou a cair muito durante uma competição), e precisei cortá-lo bastante – foi quando resolvi usar tranças, até crescer de novo. Era difícil também porque, anos atrás, não havia muitos produtos para meu tipo de cabelo.
Mas, hoje, acho lindo meu cabelo, não gosto de me ver com ele “lambido”. Tanto que, as últimas vezes em que fiz alisamento, não gostei. Eu realmente me amo do jeito que sou!
ATH: Durante as lutas, seus cabelos precisam estar sempre presos. Qual é a sua rotina de cuidados para mantê-los saudáveis e resistentes?
AS: Durante as minhas lutas, preciso trançar bem o cabelo senão ele atrapalha. E no dia a dia meus fios quebram muito, muito mesmo – além de serem naturalmente mais secos. Então, faço bastante banhos de creme, massagens e umectações.
Cuido bastante do meu cabelo, mas intensifico esses tratamentos quando sinto vontade de dedicar esse tempo a ele. E amo ele do jeito que estiver: tem épocas em que está mais cacheado, em outras mais frisado…

ATH: Como estão as expectativas para as Olimpíadas?
AS: Prefiro deixá-las pros espectadores mesmo! Pra mim, é significado de muito trabalho e, no dia, bora lutar. Se vier o bom resultado, é consequência!
Sugestão de produtos
Se você é dona de cabelos cacheados como a Aline, vale a pena montar um arsenal de produtos específicos para fios com essa textura – assim, eles recebem todos os nutrientes que precisam para ficarem sempre saudáveis.
O Shampoo Pré-Tratamento e o Condicionador de Manutenção Diária Força Vitamina Cabelos Cacheados têm uma combinação poderosa de vitaminas que tratam profundamente os fios, além de serem ricos em óleo de coco, para proporcionar nutrição instantânea e duradoura!
Semanalmente, também é importante investir em uma boa máscara de tratamento para cuidar dos fios. A Máscara de Alta Potência para Customizar Força Vitamina Cabelos Cacheados também conta com altos níveis de óleo de coco em sua composição e potencializa os resultados do shampoo e condicionador.