Cabelo importa: por que a representatividade negra infantil é essencial | All Things Hair BR
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Cabelo importa: o poder da representatividade negra para as crianças

Aproveitando o lançamento do live-action de 'A Pequena Sereia', conversamos sobre a representatividade negra com a atriz Cinthya Rachel, que ficou conhecida pelo seu papel como Biba, quando era adolescente, do programa Castelo Rá-Tim-Bum.

Sentir-se representado é importante em qualquer momento da vida, mas na infância é ainda mais importante. Crescer tendo referências de personagens infantis que se pareçam com você é essencial para se aceitar como você é, mas quando falamos sobre diversidade em personagens para crianças, ainda há um caminho longo a ser percorrido.

A gente percebe que de uns anos para cá, há um esforço em ser mais diverso no universo infantil. No live-action de ‘A Pequena Sereia’, lançado recentemente, ao invés de uma princesa ruiva, com cabelos lisos e pele clara, conhecemos uma versão diferente de Ariel, uma sereia negra, com dreads fininhos vermelhos.

Para falar sobre a importância desse assunto, a gente conversou com a atriz e criadora de conteúdo Cinthya Rachel, que interpretou a Biba, personagem de muito sucesso no programa ‘Castelo Rá-Tim-Bum’ e serviu de exemplo e identificação para muitas crianças negras no Brasil.

Além disso, também trazemos a cobertura da pré-estreia do filme, que teve talk promovido por Seda com nomes importantes como Laura Castro, a voz de Ariel no Brasil, a ativista Grazi Mendes e a influenciadora Bielle Elizabeth.

Representatividade na construção da imagem de crianças

Poder se enxergar desde de criança em personagens fortes, importantes e que se pareçam com você, é muito importante para entender que você pode ser o que você quiser no futuro. Confira a nossa entrevista com Cinthya Rachel.

mulher com cabelo black power
Foto: reprodução | Instagram @cinthyarachel

Tudo Pra Cabelo – Como era a questão da representatividade nos personagens infantis quando você era criança? você sentia falta de conseguir se identificar com eles? Você serviu de identificação para muitas crianças na época do ‘Castelo Rá-Tim-Bum’. Como era isso pra você? Você pensava no significado que a sua personagem tinha pra muitas crianças brasileiras?

Cinthya Rachel – Não tinha representatividade, eu realmente não me via em lugar nenhum. E é uma loucura porque comecei a fazer comerciais com 6 anos e hoje entendo a importância porque não passa um dia sem que alguém não me mande uma mensagem falando que me assistia e que se sentia representada <3

Na época eu não sabia e nem pensava no significado, fui entender com o passar dos anos. É muito importante e significativo pra mim e pra minha história, é uma alegria ter entrado na casa das crianças negras e de cabelo cacheado.

menina negra com laço na cabeça
Cinthya Rachel como Biba, de ‘Castelo Rá-Tim-Bum’ | Foto: divulgação

TPC – Atualmente, a gente percebe que existe um movimento, ainda que não tão grande quanto gostaríamos, de diversidade nos desenhos e outras histórias e conteúdos direcionados para crianças. Como você vê isso hoje em dia como mãe?

CR – Presto muito mais atenção ainda. Foi uma loucura perceber que os protagonistas dos livros infantis e dos desenhos eram em sua maioria meninos brancos. Pra achar algo diferente e mais diverso é necessário buscar ativamente.

TPC – Desde que foi anunciado o live-action de ‘A Pequena Sereia’, protagonizado pela Halle Bailey, uma artista negra, a gente viu muitos comentários negativos sobre isso. Por que você acha que as pessoas têm dificuldade em ver mulheres negras em papeis de princesas e outros personagens infantis? Qual a importância em ter uma produção como essa, com uma personagem que originalmente foi retratada como uma princesa branca, sendo representada agora por uma artista negra?

CR – Porque nós nunca estivemos nesse papel. Desde crianças a imagem que se repete é de uma menina branca, magra, olhos claros, cabelos lisos e muitas vezes loiro, delicada, de voz doce e frágil.

São anos e anos tendo esse tipo de imagem martelada na nossa cabeça. Quero acreditar que cada vez mais isso vai mudar, mas pra mudar nós negros temos que ser chamados pra todos os tipos de papéis.

mulher abraçada com criança
Foto: reprodução | Instagram @cinthyarachel

TPC – Como você trabalha essa questão de diversidade e representatividade com o seu filho em casa?

Joaquín sabe desde sempre que é negro, filho de mãe negra e pai branco. Procuramos deliberadamente livros e desenhos com protagonistas negros, indígenas, de cabelo crespo, cacheado, meninas e meninos fortes.

Sempre comento e mostro pra eles artistas negros, cantores, atores, médicos, falo que ele pode ser o que ele quiser, que as meninas podem fazer o que quiserem, etc.

TPC – Como você, como artista e como mãe, acha que as produções infantis podem melhorar em relação à diversidade? qual é o mundo ideal para você?

Tendo uma equipe de produção mais diversa, mais diretores e diretoras negros, indígenas, etc. Isso também nas agências de publicidade, nas de influência, nos sites, no jornalismo.

Essas pessoas em cargos de direção com certeza darão mais oportunidade pra gente mostrar nosso talento na frente das câmeras, nos publis, na TV, etc.

Quantas pessoas negras trabalham perto de você? Quantas em cargo de direção? Isso é algo a ser observado e melhorado.

Seda promove talk com influenciadora na pré-estreia de “A Pequena Sereia”

Claro que Seda não podia ficar de fora da pré-estreia de ‘A Pequena Sereia’. Para celebrar o  filme, a marca promoveu um talk incrível com influenciadoras para falar sobre diversidade, representatividade e a importância de se ter referências para ocupar todos os lugares.

“Quando uma criança preta olha uma personagem preta como protagonista, ela acredita que ela também pode ser uma princesa, que ela pode ser o que ela quiser. O meu sonho é que a cor da pele não seja limitadora… que criem narrativas para que pessoas pretas ocupem o lugar que elas quiserem”, diz Laura Castro, voz de Ariel no Brasil.

três mulheres negras sorrindo para foto
Da esquerda para a direita, Grazi Mendes, Laura Castro e Bielle Elizabeth | Foto; divulgação

Além disso, precisamos lembrar de que a representatividade, além de servir como referência para crianças no presente e no futuro, também são uma forma de celebrar o passado. “É importante ter também esse momento de celebrar quem nem está aqui, mas a gente sabe que somos sonhos dos nossos ancestrais então momentos como esse foram sonhados por pessoas que pavimentaram esse caminho”, afirma Grazi Mendes, executiva, professora e ativista.

E a diversidade não é só sobre cor, mas também sobre corpos e texturas diferentes. “Eu sonho que mulheres exatamente como eu, gordas, retintas e crespas possam ocupar esse mercado de luxo, de elegância. Eu quero desfilar nas passarelas, eu quero ser um ícone de beleza. Entrei na internet para ser referência do que eu não tive”, conta a influenciadora Bielle Elizabeth.

TPC indica: produtos para cuidar do cabelo dos pequenos

Crianças precisam de produtos desenvolvidos para elas na hora de cuidar dos fios. Nada de usar shampoo de adulto no cabelo dos pequenos, hein?

Na hora de lavar, a gente indica o Shampoo Seda Juntinhos Crespos Encantados e o Condicionador Seda Juntinhos Crespos Encantados, que já começam a tratar os fios.

shampoo seda juntinhos crespos encantados
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Para finalizar, a dica é usar o Creme Para Pentear Seda Juntinhos Crespos Encantados, que vai ajudar a deixar o cabelo hidratado e com os cachinhos mais definidos.

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