Aline Wirley: “Estou me sentindo livre com esse corte e feliz em poder tocar minha cabeça”
Batemos um papo com a ex-integrante do grupo Rouge sobre cabelo, carreira, empoderamento e aceitação.
Se você era criança ou adolescente nos anos 2000, com certeza ouviu as músicas do grupo Rouge. Essa banda, formada por cinco mulheres, fez um sucesso estrondoso no Brasil, sendo denominadas de “Spice Girls brasileiras”. O grupo se separou definitivamente em 2005. Uma das integrantes era a cantora e compositora Aline Wirley. Nós de All Things Hair entrevistamos a ex-integrante da girlband brasileira para falar sobre o seu novo visual, carreira solo, empoderamento e mudanças capilares. Está imperdível!
ATH entrevista Aline Wirley
All Things Hair: Por que você decidiu mudar radicalmente o visual e exibir os fios curtinhos?
Aline Wirley: Essa foi uma transição muito importante para mim. Talvez a mais importante em termos estéticos. Assumir o meu próprio cabelo e tocar minha cabeça passam por uma profunda transformação e um processo de aceitação. Cortar o cabelo foi uma necessidade de descobrir novas possibilidades de beleza, de autoconhecimento e de romper padrões enraizados em mim.
ATH: Você sempre estava com cabelos cacheados e volumosos. Como era para cuidar do couro cabeludo e cabelo natural com os apliques?
Aline Wirley: Usei aplique a vida toda. Quem usa aplique sabe que os cuidados são importantíssimos para manter o couro saudável. A necessidade de secar muito bem o couro cabeludo a cada lavagem era imprescindível para manter a raiz forte pra receber os apliques e também pra evitar mau cheiro.
ATH: Quanto tempo ficou com os apliques? E porque você usava?
Aline Wirley: Usei aplique a vida toda: kanekalon, cabelo natural, cabelo alisado e lace. Eu fui experimentando técnicas e cabelos, mas nunca tinha tido sequer uma ligação com meu próprio cabelo. Os padrões de beleza foram deturpando minha visão. Eu adoro a oportunidade que os apliques e suas técnicas nos dão de escolhermos o cabelo que quisermos ter. Mas realmente me encontrar com meu cabelo me potencializou ainda mais como mulher.
ATH: Como é seu cabelo natural? Qual é a sua relação com ele?
Aline Wirley: Meu cabelo tem a textura bem fina e é muito crespo. Agora ele está curtinho. Estou me sentindo livre com esse corte e feliz em poder tocar minha cabeça. Posso lavar o cabelo toda vez que entro no banho e estou me sentindo muito linda assim.
ATH: Agora que optou pelo curtinho, vai passar pela transição capilar e deixar o cabelo natural crescer?
Aline Wirley: Agora estou curtindo muito esse novo momento, me amando, me aceitando... Provavelmente quando eu quiser deixar o meu cabelo crescer será para deixá-lo natural.
ATH: Essa mudança capilar, além de mudar o seu visual, mudou também algo interior em você?
Aline Wirley: O processo de transformação interior começou antes. O cabelo é um reflexo disso. Sou uma mulher vaidosa e gosto de me sentir bem comigo mesma. A questão é que, no meio de tantas necessidades externas, fui perdendo contato com a potência feminina real que há em mim. Não acho que é o cabelo que determina se a mulher é mais feminina ou não, mas sim como ela se conecta e se conscientiza dessa energia poderosa do gênero feminino.
ATH: Desde o fenômeno Rouge até os dias atuais, como era a relação com o seu cabelo e a sua feminilidade?
Aline Wirley: Acho que toda a minha percepção com relação ao meu cabelo e a feminilidade passa também pelo amadurecimento pessoal. E lá se vão 15 anos de Rouge.
ATH: O seu novo trabalho na carreira solo, “Indômita”, tem relação com a sua mudança capilar e interior?
Aline Wirley: Sim! Esse novo trabalho me fez passar por vários questionamentos que me fizeram pensar, refletir, ouvir e querer me explorar mais. Foi um processo lindo e realmente transformador.
ATH: Você é mãe do Antônio, chamado carinhosamente de Caramelo. Como são os cuidados com o cabelo dele?
Aline Wirley: Antônio tem um cabelo lindo! É um sarará, cacheado e meio loiro. Cuido do cabelo dele com muito creme para pentear e muito amor.