Mulheres com cabelo raspado: 7 histórias inspiradoras que você precisa conhecer
Saiba quais motivos levaram mulheres incríveis a abrirem mão dos cabelos para adotar um visual diferente.
Se é verdade que o cabelo é uma forma de expressão, o mesmo ocorre com a ausência dele. Seja para combater os padrões de beleza que dizem ser “feminina somente a mulher que ostenta belos e longos cabelos”, raspar os fios para experimentar e até mesmo para encontrar a si mesma é algo que vem ganhando cada vez mais destaque. A certeza de todas que passaram por essa mudança radical? É a de que essa experiência é libertadora. All Things Hair conversou com 6 mulheres com cabelo raspado e colheu relatos legitimadores. Confira a jornada capilar de cada uma delas e saiba as razões pelas quais resolveram optar pelo corte.
Cabelo raspado feminino: histórias inspiradoras
Bruna Catarina, 29 anos
“Por muito tempo achei que meu cabelo era o que eu tinha de mais bonito em mim”. Por muito tempo, o apego aos fios foi o que adiou a vontade de ter o cabelo raspado de Bruna Catarina. Careca desde outubro de 2016, ela experimentou outros cortes até pedir ajuda para a ex-namorada para raspar os fios pela primeira vez. “Antes de raspar, fiz um corte pixie e não consegui me identificar”, conta.
Bruna, que abriu mão de um longo cabelo, sentiu um misto de elogios e choque na reação das pessoas mais próximas e relata que notou a diminuição do assédio masculino nas ruas e transportes públicos, o que considera um ponto muito positivo.
Para cuidar do cabelo raspado feminino, que passa por constantes mudanças de cor, ela hidrata os fios e utiliza shampoo sem sal.

Bruna Lima, 30
Há quatro anos com o cabelo raspado, Bruna Lima se encontrou nesse visual. “Se fico duas semanas sem raspar, já entro em choque e logo passo a máquina”, comenta. Ela, que era dona de um cabelo afro, desde pequena experimentou muitas formas de modelar os fios, passando pelo relaxamento natural, química, escova e prancha.
Após pesquisar imagens de mulheres de cabelo raspado, considerou a possibilidade de conhecer a versão natural do próprio cabelo sem nenhuma intervenção química e, então, assumi-lo. Mas não contava que iria se apaixonar pelo visual adotado e não abriria mão dele: até adquiriu uma maquininha semiprofissional para manter o visual. “Fui ao cabeleireiro acompanhada do meu pai e do meu namorado. Ele queria começar pela máquina 5, caso desistisse, e eu, muito corajosa, pedi para passar a zero. Quando cheguei em casa, minha mãe quase enfartou”, lembra.
Liberdade é a palavra utilizada por Bruna para descrever a sensação pós-corte. “Ganhei uma sensação de leveza, praticidade, 30 minutos a mais de sono em vez de acordar mais cedo para cuidar do cabelo e investi na poupança o gasto com produtos capilares, que não era pouco”, comenta.
Ela escancarou a mudança para todos sem nem pensar na opinião alheia. “No início, muita gente questionou minha família se eu estava doente, pois não entendiam que eu queria apenas me ver livre do universo da química e desapegar do cabelo. No ambiente corporativo, enfrentei julgamentos, mas na época a minha decisão estava tão firme que não me importava para os olhares e comentários”, relata.

Clara Rocca, 23
Para criar coragem de raspar o cabelo no final de 2013, Clara Rocca cortou os fios bem curtinho. A experiência foi algo transformador para ela, que desejava provocar curiosidade nas pessoas e criar um novo olhar sobre a imagem feminina que as mulheres supostamente têm que ter: “Eu queria desconstruir a mim mesma, a minha forma de me ver e me entender esteticamente”.
Depois de deixar os fios crescerem até o ombro, decidiu raspar o cabelo novamente e pretende mantê-los assim. “Conheço meninas que não foram aceitas em um trabalho por terem a cabeça raspada. Ninguém pensa no mais simples: que você cortou porque quis e gosta”, comenta.
Apesar dessas dificuldades, Clara é bem firme quando o assunto é raspar o cabelo: “ninguém merece morrer sem saber o que é entrar no mar de cabelo raspado! É transformador e toda mulher deveria tentar ao menos uma vez na vida”.

Laísa Camargo, 30
Mudar o visual sempre fez parte da vida de Laísa Camargo, que já teve cortes e cores diferente até o dia que decidiu raspar o cabelo. A decisão veio em uma situação delicada, após a morte da avó. “Liguei para meu irmão a caminho da aula de ioga e disse que estava com vontade de raspar o cabelo. Juntos, procuramos um lugar, entramos e disse que queria passar a máquina”, conta.
Para ela, existe um olhar diferente para a mulher de cabelo raspado, mas esses não são tão importantes quanto os de aprovação das pessoas que realmente fazem a diferença. Em casa, a recepção da mudança foi muito boa, assim como a do namorado e dos amigos mais próximos. Depois da primeira vez, Laísa raspou mais quatro vezes e ainda ousou com um desenho na lateral.
Para quem tem receio de passar pela experiência, ela deixa um recado: “você só tem uma vida para se ver com várias caras. Aproveite para poder se ver de todas as maneiras e se amar de todos os jeitos possíveis. É primordial entender que o cabelo muda assim como você”.

Natália Katherine Rocha, 23
A praticidade foi um dos motivos que levou Natália Katherine a raspar o cabelo. Ela, que usou tranças box braids para passar pela transição capilar, achou muito trabalhoso manter o black power, penteado que exige muitos cuidados. Amante de mudanças, sempre pintava o cabelo e isso acabou fazendo com que ele ficasse muito danificado.
A ideia de abrir mão do comprimento dos fios era um plano que foi posto em prática por motivos pessoais. “Achava que ia demorar mais para conseguir usar cabelo curto, mas tinha brigado com um ex-namorado, estava me sentindo feia e em crise. Pedi ajuda para a minha mãe, mas ela não teve coragem. Fui até uma barbearia na minha rua com ela e minha irmã e, quando sentei, até o cara que ia fazer o corte perguntou se eu tinha certeza. Minha irmã gravou tudo quase chorando, todos chocados, mas quando terminou, eu me senti mais feliz e linda de verdade”, lembra.
Para manter o visual, ela corta o cabelo a cada 15 dias e não tem planos de deixar os fios crescerem novamente. Uma das repercussões do seu corte foi o incentivo às outras mulheres que também desejavam raspar os cabelos: “recebi muitas mensagens de meninas dizendo que eu estava linda e que se sentiam mais encorajadas. Muitas dessas hoje já estão carecas também”, comenta.
Natália nunca passou por uma situação constrangedora pela escolha do corte, mas percebeu que o olhar dos homens diminuiu bastante “porque muitos ainda possuem uma visão limitada”. Ela descolore os fios e aposta em hidratações semanais para manter o cabelo sempre macio.

Vikki Gois, 28
Para a jornalista Vikki Gois, mulheres de cabeça raspada sempre foram figuras fortes e empoderadas. Essa ideia fez com que prometesse a si mesma de manter o visual igual até os 30 anos. Aos 25 ela começou a colocar o plano em ação e contou com a ajuda de uma cabeleireira para raspar os fios.
Vikki descreve esse momento como libertador e não consegue lidar com a ideia de deixar o cabelo crescer novamente, motivo que a faz passar a máquina zero regularmente para manutenção do corte. “Quando raspei o cabelo, me senti como se tivesse tirando opiniões alheias da minha cabeça! Gosto muito do visual, acho uma imagem forte que combina comigo”, comenta.
Ela não se sente uma pessoa ousada por ter tomado essa decisão, acha apenas que realizou uma vontade. Apesar de ter tido uma recepção inicial não muito agradável em casa, tem uma boa relação social. “Muitas das pessoas que conheço falam que fiquei bem, recebo muitos elogios pelo formato da minha cabeça, o que acho engraçado”, relata.
Como o cabelo raspado não dispensa cuidados, ela mantém uma rotina capilar com uso de protetor solar, hidratações e lavagens periódicas, já que a região acumula muita oleosidade. Quando quer mudar de visual, investe em perucas.
Para incentivar quem tem vontade de realizar essa mudança, ela diz que raspar a cabeça é um ato de rebeldia contra o sistema, e aos conceitos construídos do que é ser mulher ou homem. “Passei a ver mais coisas positivas em mim depois que raspei a cabeça”, completa.

Sugestão de produtos
Raspar os cabelos não é sinônimo de abrir mão dos cuidados capilares. Apesar de dispensar o uso de condicionador, o visual careca ou raspado necessita da limpeza do shampoo.
Temos algumas dicas de produtos que favorecem, principalmente, o couro cabeludo. O Shampoo Clear Sports Women Anticaspa Limpeza Hidratante, o Shampoo Clear Antibac e o Shampoo Clear Hidratação Intensa.