Se meu cabelo falasse: a importância dos fios para a identidade de gênero | All Things Hair BR
homem de cabelo rosa apoiando as mãos no rosto

Se meu cabelo falasse: das dificuldades à importância da representatividade do cabelo na identidade de gênero

Por que a comunidade LGBTQIAP+ ainda deixa de se expressar por meio dos cabelos, se é algo que faz tão bem para todo mundo?

Quantas vezes você acordou de manhã e teve vontade de mudar os cabelos? Ou simplesmente estava triste porque os fios não estavam como deveriam? Esse tipo de questionamento é só uma pontinha das barreiras e desafios que pessoas LGBTQIAP+ passam no dia a dia.  

Estamos falando de pessoas que muitas vezes não conseguem expressar quem são por meio dos cabelos pelos mais diversos motivos: medo de não ser aceito no trabalho, na família, na roda de amigos e, infelizmente, até mesmo medo de sofrer algum tipo de violência por causa do preconceito.  

Mesmo assim, o cabelo muitas vezes é uma forma de ato de resistência da comunidade, que cada vez mais se sente como realmente deveria se sentir sempre: livre para ser quem é e usar os fios da forma que fizer mais sentido.  

Não é só sobre aparência, é sobre identidade e identificação. Em um tema tão importante, seria impossível não nos aprofundarmos um pouco e falar sobre essas formas de expressão e como é difícil, mas importante se expressar da forma que faz sentido para cada um. Vem com a gente!  

Cabelo, você é uma forma de dizer quem eu sou  

Um estudo recente publicado pelo New England Journal of Medicine (NEJM) reuniu cerca de 300 pessoas transgênero e não-binárias que estavam passando pelo processo de transição com hormônios e, ao longo de dois anos, avaliou diversos aspectos emocionais na vida dessas pessoas.  

Um dos principais destaques da pesquisa é o fato da depressão e ansiedade desses jovens de 12 a 20 anos diminuírem, aumentando significativamente a sua satisfação em viver durante os anos de tratamento.  

menino de perfil com corte de cabelo e brinco
Foto: pexels

Em um espaço social em que essas pessoas eram vistas, mas não enxergadas da forma com que gostariam, o processo de transição é um marco e tem um poder muito forte não só na questão de gênero, mas também com relação a autoestima.  

As pessoas estão se olhando no espelho, olhando sua pele, seu rosto e os seus cabelos de um jeito nunca visto antes e, literalmente, realizando o sonho de se enxergar como realmente gostaria.  

No final, tudo vale a pena!  

É claro que a aparência impacta na autoestima, principalmente durante o processo de transição de gênero. O visual externo é uma forma de expressão, é um mundo de possibilidades para mostrar essa nova etapa de vida. 

Naoki compartilha a sua história com a gente e conta exatamente isso, como a sua relação com o cabelo impactava a sua autoestima e as suas relações antes e depois da transição:  

“Meu Nome é Naoki, sou um homem transgênero e tenho 23 anos. Durante a minha infância e boa parte da adolescência, era a minha mãe quem controlava o que eu poderia fazer ou não no meu cabelo, definindo até mesmo o comprimento e como eu deveria cortá-lo.  

Por conta disso, todo o meu processo de transição foi muito complicado, pois essa pressão exercida sobre o meu cabelo me privava de ser quem eu realmente queria. Apesar de eu não me enxergar com o cabelo que tinha e ter uma questão familiar com relação a ele, também foi por ele, pela saúde dos meus fios, que eu consegui me expressar melhor e assumir os cabelos que sempre quis.  

Digo isso porque em 2018 cheguei a ter os fios longos até o fim das costas, porém nunca soube como cuidar, as pontas estavam extremamente secas. Minha autoestima também não era das melhores, todo esse tempo com o cabelo longo me deixava cada vez mais mal devido a minha aparência.  

O que me fez decidir cortar sem pestanejar foi a questão da saúde dos fios. Seco, cheio de pontas duplas e simplesmente impossível de cuidar de um cabelo tão grande. Então, meu cabelo foi o meu aliado para tomar coragem e cortar.

homem transgênero olhando para o lado
Foto: arquivo pessoal

Os meus amigos sempre me apoiaram independentemente das minhas decisões e foram cruciais durante esse processo. Mesmo com tantas questões, eu era apegado ao meu cabelo e sempre quis fazer coisas mais diferentes nele, que o comprimento não permitia.  

Todo esse processo foi muito importante para que eu pudesse realizar as coisas que eu desejava, como cortar e pintar da forma que eu quisesse. Nesse período, comecei a entender um pouco mais do meio trans e fui me identificando mais e mais. 

Hoje, eu tenho um cabelo curto, aposto muito em diferentes cores fantasia e posso dizer que, finalmente, a minha relação com o meu cabelo é uma das melhores que tive até hoje.

Infelizmente sempre passamos por comentários desagradáveis sobre como as pessoas preferiam o seu cabelo como era antes, mas, por mais que todo esse processo demore, principalmente para termos os fios que sempre sonhamos e desejamos, no final, tudo vale muito a pena!” 

Meu cabelo, meu estilo  

Realmente, não tem preço ir até um salão, escolher o look que tem tudo a ver com você e sair realizado, vendo que o cabelo que você se identifica está aí, independentemente das circunstâncias e do que possam falar.  

Cada vez mais a comunidade LGBTQIAP+ procura por espaços em que se sintam confortáveis e acolhidos. Segundo a pesquisa feita pela Opinion Box, encomendada por Tudo Pra Cabelo, os estilos de cabelo que a comunidade mais se identifica são bem mais comuns do que se imagina.  

São cortes como pixie cut, cortes curtos, rabos de cavalo, cabelos repartidos para o lado, na altura dos ombros, tranças, laces e black power que caem no gosto. Estamos falando de estilos que podem estar na cabeça de qualquer pessoa, independentemente do gênero.  

Duas mulheres de perfil abraçadas
Foto: Shutterstock

Por isso, ainda vemos o preconceito tão latente na sociedade atual, relacionado a cabelo, forma de se vestir e se expressar, que muitas vezes não fazem sequer sentido, apenas o incômodo da liberdade e felicidade de outro indivíduo.  

Mas a luta e a busca por uma sociedade justa e equalitária segue, para que cada vez mais a comunidade LGBTQIAP+ se sinta acolhida e pertencente, sem precisar se esconder e ser quem não é por conta de quem não entende o significado de direito, liberdade e igualdade.  

TPC indica: nossos cuidados para você

Independentemente da sua escolha sobre como quer que o seu cabelo seja, um fato é: ele precisa estar bem cuidado. Por isso, nossa sugestão é a linha Dove Poder das Plantas Força e Bambu.

Com Shampoo, Condicionador e Máscara de Tratamento, a linha é ótima para fortalecer os fios, sendo também uma opção incrível para quem está em transição capilar e precisa que os cabelos cresçam lindos e saudáveis!

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