Química nos cabelos crespos: tudo o que você precisa saber
Resolveu fazer algum tipo de química no cabelo? Antes, confira esse guia com tudo o que você precisa saber para salvar seu cabelo crespo.
Com o surgimento dos tratamentos químicos capilares, nós ganhamos liberdade para transformar os fios da maneira que quisermos: dá para alterar a cor, o formato, a textura, o volume…
Tudo com a aplicação de produtos que penetram na fibra capilar e realizam as transformações desejadas. No entanto, todas as possibilidades são um caminho de mão dupla: elas deixam os cabelos do jeito que a gente quer, mas exigem uma série de cuidados para mantê-los bonitos e saudáveis. Saiba o que é preciso fazer para garantir fios incríveis!
Como a química funciona?
Depende do tipo de química aplicada: alisamentos, colorações, relaxamentos, permanentes… Cada uma tem seu modo de agir e de modificar o fio.
Em geral, os produtos aplicados têm a função de abrir a cutícula, que é a camada externa do fio, formada por células que se assemelham a escamas. Assim eles conseguem penetrar no córtex (o coração do cabelo) e modificar a estrutura desejada, responsável pela textura ou pela cor.
Falar assim parece até simples, mas a abertura da cutícula causa um desgaste na haste capilar, assim como a modificação do formato ou do tom. Por isso os processos são agressivos.
“Quando fazemos uma química, retiramos todos os nutrientes do fio como água, óleo e a queratina”, lembra a hair stylist Nice Cavalcante, do salão Maria Beleza, em São Paulo (SP).
Os tipos de química para o cabelo crespo
Existem tratamentos químicos capilares para diferentes finalidades. Quando a ideia é alterar permanentemente alguma característica do seu fio, pode ter certeza, há uma química que resolve. Alguns dos procedimentos mais comuns são:
Coloração
Qualquer substância que altera permanentemente a tonalidade dos fios é um tipo de química. A descoloração e os efeitos como luzes, reflexos e mechas entram nessa conta.
Alisamento
Produtos que modificam a textura do cabelo – que, de enrolado, passa a ser liso – também configuram procedimentos químicos.
Relaxamento
O processo não chega a alisar completamente o cabelo, mas solta os cachos, deixando-os mais abertos e diminuindo o volume.
Permanente
Aqui também há uma alteração de textura, mas a ideia é definir os cachos, enrolando ainda mais os cabelos com a ajuda de produtos químicos e modeladores.
A química no cabelo crespo
Todos os tipos de fios sofrem um bocado com a ação da química, mas os fios crespos sentem ainda mais os seus efeitos, porque são mais sensíveis.
“O cabelo crespo tem uma estrutura mais frágil, pois as pontes químicas que dão a forma ao fio deixam uma porção muito afinada na haste, mais propensa à quebra”, explica Valcinir Bedin, dermatologista, tricologista e presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo.
Isso, é claro, não quer dizer que os cabelos crespos não podem receber nenhum tipo de química. Eles podem, sim. Mas, nesse caso, é preciso ter consciência de que os cuidados deverão ser redobrados e a escolha dos produtos e das técnicas tem que levar em conta a textura original dos fios.
Escolhendo a química
O primeiro passo é decidir o que você deseja para os seus cabelos: quer pintar, alisar, fazer luzes, enrolar? Pesquise, simule e tenha certeza do que quer, porque as mudanças feitas com o uso da química são irreversíveis.
Permanentes, alisamentos e relaxamentos só saem quando o cabelo crescer. Se for mais clara, a coloração pode ser transformada com a aplicação de outra, mas o processo pode agredir ainda mais a fibra.
“A química deve ser usada sempre com parcimônia e cuidado. A pessoa precisa saber o que está fazendo. Nunca exagerar na dose e usar sempre produtos de qualidade comprovada”, indica Bedin.
“Além da marca, olhe atentamente para o modo de usar e não crie nenhuma alternativa a ele. O ideal é obedecer ao que o fabricante preconiza”, completa o médico.
O que fazer para proteger os fios antes da química
É hora de preparar os seus fios para receber a química da melhor maneira. Eles devem estar fortes para resistir à ação dos produtos.
Então, fazer uma boa reconstrução algumas semanas antes pode ajudar. Invista no cronograma capilar.
Se os seus fios estiverem muito danificados, é melhor repensar e adiar a aplicação da química até conseguir recuperá-los. Nada de achar que a nova cor ou a nova textura darão vida nova a eles sem mais nenhum tipo de tratamento.
O melhor é deixá-los fortalecidos antes. Assim, você garante um resultado bonito, sem prejudicar ainda mais a saúde capilar.
Mais de um tipo de química: pode?
Se você tem os fios alisados pode fazer luzes? Se tem relaxamento, dá para descolorir? Apesar de ser possível, juntar dois procedimentos químicos no cabelo ao mesmo tempo não é uma prática recomendável, sobretudo para os cabelos crespos.
“Como eles têm uma estrutura mais fácil de quebrar, quanto mais química junta, maior é a chance do problema ocorrer”, ressalta Valcinir Bedin.
Por conta disso, quando é preciso aplicar duas químicas os profissionais costumam recomendar um intervalo entre as aplicações, que varia conforme a intensidade e a potência do produto e da técnica em questão.
Como cuidar do cabelo crespo com química
Apesar de serem mais frágeis e de terem uma tendência maior ao ressecamento, os cabelos crespos podem, sim, ser submetidos a procedimentos químicos. O que muda é a rotina de cuidados, que deve ser intensificada. Lavar, secar e hidratar são atitudes comuns, mas que devem ser feitas com uma atenção ainda maior a partir de agora. Confira as dicas:
Para lavar
“Como a haste é mais frágil e pode se quebrar facilmente, o ideal é que se lave com bastante suavidade, com produtos adequados ao tipo de cabelo e sem exagero de frequência. Dia sim, dia não, no máximo”, recomenda o dermatologista.
Na hora de esfregar os fios, não é preciso usar muita força. “O ideal é lavar o couro cabeludo com a ponta dos dedos, fazendo massagem de baixo para cima, usando shampoos hidratantes”, ensina a hair stylist Nice Cavalcante.
O shampoo e o condicionador devem ser especialmente formulados para cabelos com química. “Eles são mais adequados à situação”, afirma Bedin.
Para secar
O melhor mesmo é diminuir a frequência de uso de ferramentas que emitem calor. Se for usá-las, tenha cuidado. “Evite o exagero. Se for passar a chapinha, faça isso apenas quando os fios estiverem secos. O secador deve ser segurado a uma distância de 30 centímetros do cabelo”, indica o médico.
Nice Cavalcante lembra da importância de aplicar um protetor térmico no cabelo antes de usar o aparelho que emite calor. “Não se esqueça de proteger os fios!”, diz a profissional.
Hidratar
Se a hidratação já é superimportante para os fios crespos naturais, quando há química em jogo, essa necessidade dobra. O primeiro passo é escolher um bom creme de tratamento. Será que é preciso mudar e deixar de usar o seu favorito ao aderir às químicas?
“Se você usa um hidratante que possui agentes reconstrutores, consistência firme e que promove uma hidratação profunda, não é necessário mudar”, explica hair stylist Nice Cavalcante.
“Para escolher uma máscara adequada, idealmente você tem que verificar a consistência. Se for firme, seu poder de hidratação é melhor. Verifique se contém queratina, aminoácidos, germe de trigo, argan, macadâmia, óleo de coco. Dê preferência às máscaras que contém de dois a três agentes hidratantes ou reconstrutores”, sugere a cabeleireira Nice.
Dicas de produtos: Cabelos com químicas precisam de produtos específicos para eles. Nossa dica é o Shampoo TRESemmé Expert Detox Capilar e o Condicionador TRESemmé Expert Detox Capilar que ajuda a purificar suavemente o cabelo dos resíduos diários. Para complementar, experimente a Máscara De Tratamento Nexxus Emergencée que repõe a camada lipídica que as químicas retiram.
(Artigo publicado originalmente em MeuCrespo.com.br)