#AmoMeuCabelo: decidi raspar a cabeça apenas para doar cabelo
Ao conversar com mulheres em tratamento contra o câncer de mama - e por ver sua avó sofrer com a doença -, Mariana Brandão, 28 anos, decidiu raspar a cabeça e doar seus cabelos para uma instituição. A mudança fez a publicitária encorajar pessoas a fazer o bem para quem precisa e a libertou de padrões estéticos.
“Minha relação com o cabelo sempre foi de preguiça. Minhas primeiras memórias eram de ter que me arrumar para o ballet e receber uns puxões com bastante gel, para ficar como a bailarina sem defeitos das músicas do Chico Buarque. Esse e outros estresses foram gerados pela quantidade de cabelo que eu tinha. Era muito cabelo por centímetro quadrado!
Por sempre ter MUITO cabelo, eu sofria com o volume. Sempre era a mesma história de ir ao salão e tentar um modelo de corte que “tira volume e dá movimento”. Chegou uma hora em que eu não caía mais nessa: meu cabelo era volumoso e pronto.
A escova progressiva
Meu cabelo sofreu muitas transformações ao longo do tempo, todas na tentativa de deixar minha vida mais prática.
A solução apareceu aos 15 anos: a escova progressiva. Foram várias progressivas pelo prazer de ficar com o cabelo em ordem mais rápido. Isso sem contar os inúmeros cortes tira-volume, comprimentos diversos (para fazer escova de forma mais rápida e fácil), um corte bem curtinho, quase pixie, para facilitar – o que piorou bem a situação. Jornada longa, mas sem muitas firulas, que era pra não me tomar muito tempo.
Acho que boa parte da minha preguiça surgiu por acompanhar todo o processo de cuidados da minha mãe tinha com os cabelos. Ela sempre foi bem vaidosa com os cachinhos dela. Tinha uma variação de produtos e métodos para cuidar deles. Mas infelizmente a onda da progressiva a pegou também. Até hoje eles nunca mais voltaram a ser como antes.
Um belo dia resolvi mudar
A transformação psicológica – e depois física – aconteceu quando eu comecei a trabalhar em um instituto que cuida de mulheres com câncer da mama. Esse encontro foi muito especial. Anos atrás, minha avó teve câncer de mama e o assunto tem uma ligação muito afetiva para mim.
Durante a campanha do Outubro Rosa, acabei estudando mais afundo o tema e escutei muitos depoimentos de mulheres que descobriram a doença.
Uma das minhas aprendizagens é que o pensamento de descobrir que você tem câncer é tão dolorido quanto pensar que, em consequência disso, corre um grande risco de perder o cabelo. Eu já imaginava, mas não sabia que era uma dor tão intensa.
Doar todo o meu cabelo para mulheres com câncer fez meu coração explodir de felicidade
Daí, eu, que já refletia sobre a possibilidade de raspar a cabeça, pensei que para aquelas mulheres o cabelo era MUITO mais importante do que para mim.
Certamente, trouxe o projeto “raspar a cabeça” para mais cedo do que eu imaginava. Parei de dizer “um dia faço” e fui lá e fiz. Decidi doar meu cabelo para a fundação – que inclusive faz perucas e doa gratuitamente – e meu coração quase explodiu de felicidade aquele dia.
Susto na família e admiração dos amigos
Depois de raspar os cabelos, cheguei em casa e minha mãe ficou assustada! Quando mandei a minha foto para ela, a primeira pergunta que ela me fez foi: ‘Minha filha, você está doente?’. Acho que a cena da Carolina Dieckmann da novela ‘Laços de Família’ marcou muito a vida dela.
Quanto aos meus amigos, ouvi muito mais o adjetivo ‘corajosa’ que ‘doida’. Essa boa impressão se deu pelo texto que escrevi nas redes sociais quando publiquei a primeira foto. Assim, já mostrei para todo mundo o significado que raspar o cabelo tinha pra mim.
Perdi a conta de quantas mulheres falaram ‘Que coragem! Queria muito fazer isso’. Antes de raspar a cabeça, meu ex-namorado dizia ‘mas eu gosto tanto do seu cabelo’. Como a opinião dele importava pra mim fui prorrogando a vontade. É horrível não estar segura e ter alguém contra a sua decisão.
Meu namorado atual foi super a favor da minha ideia, e dizia que eu ia ficar gata. Inclusive ele foi comigo ao salão. Ter o apoio da pessoa que está junto com você é muito importante.
Praticidade no dia a dia
Hoje, minha rotina é visitar os meus novos amigos da barbearia a cada 20 dias. Agora eu corto os cabelos lá porque é bem mais barato e os meninos são muito simpáticos.
De uns tempos pra cá resolvi descolorir os fios, então tem o processo que dura umas duas horas, mas é só passar os produtos na cabeça e voltar depois de 20 dias, uma maravilha. Por causa disso preciso hidratar, mas nada que leve horas e só uso uma touca na cabeça. Então, é maravilhoso!
Livre da pressão estética
Acho que no Brasil ainda falta muito para mudar os conceitos de feminilidade. Nas cidades interioranas, a recepção é sempre com uma expressão que quase diz: ‘É sapatão ou teve câncer’. São as duas única coisas possíveis que passam na cabeça das pessoas. Mesmo se elas pensarem que eu raspei a cabeça por vontade própria, já deve vir uma frase na cabeça do tipo ‘então só pode ser doida!’.
As pessoas colocam rótulos demais em tudo para conseguir digerir o que não conhecem muito, né? Mas, de certo modo, acho que eu também me moldei e descobri lados que ainda estavam escondidos.
Tenho a impressão de que hoje consigo passar uma confiança maior no trabalho, mais do que com os cabelos compridos. A confiança realmente nasceu com a Mariana que enfrentou padrões para ser o que é.
Doar cabelo e desconstrução de padrões
Com essa mudança, que as pessoas consideram ‘radical’, surgiram muitas reflexões, como observar padrões e suas origens, como o peso de alguns procedimentos no dia a dia e no orçamento das mulheres. Acho que isso acontece quando você se livra de uma pressão estética que te incomodava muito, seja ela qual for.
A confiança realmente nasceu com a Mariana que enfrentou padrões para ser o que é.
Hoje as mulheres estão se libertando dos padrões que foram impostos pela sociedade e vejo isso em vários sinais: na escolha de maquiar ou não, depilar ou não, usar salto ou não, cabelo comprido ou não. Mais do que se descolar do padrão, é o prazer de fazer algo porque realmente gosta e ir achando a sua conexão com o feminino, seja como for. É lindo ver isso!
Costumo dizer que existe uma Mariana A.C e D.C – antes da careca e depois da careca! Doar cabelo fez diferença tanto na minha história e percepção de mundo, como na história das pessoas a minha volta.
Vejo a referência que sou pra minha sobrinha de 9 anos, que agora deixa os fios crescerem e os corta curtinhos no fim do ano para doar cabelo para crianças com câncer e diz que quando crescer quer raspar igual a tia, porque é legal ser diferente. Exemplo é tudo!
Escolha das editoras
Se você tem os cabelos bem curtinhos, é importante manter o couro cabeludo bem hidratado. Para isso, nada melhor que uma linha desenvolvida especialmente com esse propósito. A linha Clear Anticaspa Detox Diário tem essa preocupação em um produto para todos os dias, além de cuidar da raiz para um crescimento forte e saudável dos fios.
A Bed Head também tem uma linha específica para cabelos descoloridos: a Dumb Blonde. É dela o Shampoo Desamarelador Dumb Blonde, que dá brilho e vida aos cabelos opacos e age em conjunto com o Condicionador Bed Head Dumb Blonde.
A Máscara de Tratamento Pré-shampoo TRESemmé Tresplex também ajuda a manter a vitalidade dos fios que sofrem com química, calor e outros agentes agressores. Se você preferir um tratamento mais rápido, o Super Condicionador Seda Recuperação Intensiva age em apenas um minuto para tratar os danos químicos na fibra capilar.