Corte químico no cabelo: a história de quem que viu seus fios caírem | All Things Hair BR
Cris Malheiros e as diversas cores de cabelo que já usou

#AmoMeuCabelo: “Escutava o barulho dos meus fios quebrando quando passava a escova”

A maquiadora e designer de sobrancelhas Cris Malheiros, do interior de SP, relata as dores de sofrer um corte químico e conta como está dando a volta por cima para recuperar a saúde de um de seus bens mais preciosos: seu cabelo!

“Eu sempre gostei da cor natural dos meus fios. Sou loira e, desde a adolescência, a única mudança que tinha feito – até então – era puxar algumas luzes no cabelo.

Ao mesmo tempo, guardava comigo uma vontadezinha de mudar a cor, sempre adiada pelo fato de que estava satisfeita com minhas madeixas. A primeira vez que cedi à esse desejo foi quando entrei no salão para fazer uma selagem no cabelo e saí ruiva”.

E é aí que começa a história de Cristina Malheiros, 34 anos, maquiadora e designer de sobrancelhas de Coronel Macedo (SP), que passou por um corte químico no cabelo que a obrigou a cortar os fios bem curtinhos.

A fase ruiva de Cris Malheiros

“Como sempre mantive luzes no meu cabelo loiro e os fios sempre foram frágeis e finos, intercalava esse processo com a selagem para mantê-los saudáveis. Fui no salão com a intenção de fazer esse último procedimento, mas, papo vai, papo vem com a cabeleireira, decidi que ficaria ruiva. Sempre achei essa cor muita bonita, via a Marina Ruy Barbosa nas fotos e me imaginava com esse tom no meu cabelo.

A surpresa veio quando os fios foram lavados no lavatório do salão. O ruivo acobreado que eu havia pedido não estava lá. Meu cabelo ficou com cor de fogo – eu me olhava no espelho e não me conformava com aquilo. A profissional, inclusive, não se sensibilizou com a situação e simplesmente disse para eu continuar lavando o cabelo em casa até atingir o tom desejado.

Cris Malheiros com cabelos ruivos
Foto: Arquivo pessoal

Fui pra casa, chorei aos montes e não me aceitei daquele jeito. Logo, me mexi para mudar esse quadro. Fui em outro salão e a profissional disse que havia duas opções: ficar ruiva do jeito que eu queria ou fazer luzes novamente, para voltar a ser loira como antes. Decepcionada, eu desisti do ruivo e optei pelas luzes reversas. O resultado ficou ótimo, estava realmente satisfeita em recuperar a cor do meu cabelo.

Cris Malheiros com cabelos loiros
Foto: Arquivo pessoal

Quarentena = vontade de mudar o visual!

Três meses depois do ocorrido, chegou a quarentena e, com ela, uma vontade enorme de mudar a cor do meu cabelo novamente. Tinha comprado um tonalizante azul pra passar no da minha filha, mas também quis deixar meus fios azuis! Foi meu marido que pintou. Puxamos apenas algumas mechas e ficou incrível, eu adorei.

Por não ter amônia na fórmula, o tonalizante saía conforme eu lavava o cabelo. E ele estava saudável, sentia ele até mais hidratado depois de ter usado o produto.

Cris Malheiros com cabelo azul
Foto: Arquivo pessoal

Mas veja só: o bichinho da mudança me picou de novo e eu quis passar o tonalizante rosa. Dessa vez, no cabelo inteiro. Fiquei dois meses tonalizando entre essas duas cores fantasia.

Cris Malheiros e sua filha com cabelo rosa
Foto: Arquivo pessoal

O problema foi que, conforme o tempo passou, a cor foi desbotando e meu cabelo ficou tricolor, com fundo rosa, azul e roxo. Ficou bem manchado. Então, 15 dias depois, lá estava eu no salão para resolver esse incômodo.

Ruiva versão 2.0

A cabeleireira falou que precisaria retirar todos esses pigmentos dos tonalizantes que usei, e optou por fazer uma shampoozada no lavatório para remover os resíduos. Hoje acredito que meu cabelo tenha saído muito agredido e sensibilizado desse processo, por se tratar de uma descoloração com água oxigenada e tudo.

No final das contas, decidi tentar ser ruiva novamente, e adorei o resultado! Mas eu, que sempre valorizei a praticidade nos cuidados, percebi que o problema do ruivo é a manutenção.

Cris Malheiros com cabelos ruivos acobreados
Foto: Arquivo pessoal

Com as luzes no cabelo loiro, eu só sentia necessidade de ir no salão a cada seis meses, sabe? E com esse novo tom no cabelo inteiro, a raiz ficava aparente muito rápido. Por mais que eu tonalizasse em casa – fiquei nessa por um mês -, não adiantava.

Comecei a me estranhar nas fotos, não estava legal, sabe? Depois de um mês ruiva, voltei para o salão para voltar a ser loira.

De volta à loirice

Eu estava certa de que ela iria fazer algumas luzes reversas como da outra vez, pro cabelo voltar pra um loiro bem natural. No entanto, a profissional puxou uma quantidade de luzes muito maior para disfarçar o ruivo. Até aí, tudo bem, porque eu confiava muito no trabalho dela.

Daí em diante, aconteceu tudo muito rápido. Foi o tempo dela lavar e escovar o cabelo de outra cliente para já tirar o papel alumínio do meu cabelo. Meus fios foram lavados no lavatório e, quando sentei em frente o espelho, meu cabelo estava branco. Ficou horrível.

É difícil pra mim falar que não gostei do trabalho, mas ela, como profissional, notou que meu cabelo não ficou legal. Quando ela escovou meu cabelo, já sentia que ele estava diferente, eu o conheço muito bem. No final, pedi pra ela cortar só as pontas e fui embora pra casa insatisfeita.

Não foi feito nenhum tratamento para recuperar os fios, nem uma reconstrução. O produto químico só foi retirado, o cabelo foi matizado, seco e fui liberada. A hora que cheguei em casa, despenquei a chorar, não conseguia olhar pra mim mesma.

O veredito profissional: “Não tem conserto”

Procurei outra profissional imediatamente e pedi para avaliar o que poderia ser feito. As pontas estavam espigadas, danificadas. O cabelo, no geral, estava poroso, elástico, totalmente seco.

No momento em que sentei no lavatório para a cabeleireira fazer a lavagem, ela me chamou pra conversar. Disse que estava mais difícil do que imaginava e, quando sentei na cadeira, me mostrou a gravidade do caso.

Conforme ia puxando as mechas do meu cabelo, elas iam saindo nas mãos da profissional, como se fosse um papel. A impressão é de que estavam podres. “Vou ficar careca”. Esse foi meu primeiro pensamento.

Comecei a chorar, e ela também. Falou que nunca tinha visto um cabelo assim até agora e que, provavelmente, no processo anterior, foi usada uma água oxigenada de 40 volumes e de má qualidade. Meus fios tinham chegado no tom 12.0, para ter ideia.

Não havia conserto, ela disse. Era um corte químico. A ideia, até então, era só tonalizar um pouco, mas a profissional tinha medo de danificar ainda mais meus fios.

Naquele dia, ela fez uma reconstrução e passou queratina para ver como o cabelo reagiria. Uns 20 minutos depois, disse que continuava extremamente danificado, com um buraco na nuca.

Meu cabelo não iria voltar ao normal de um dia pro outro, não havia como impedir essa quebra. A solução era o corte, e a cabeleireira cortou meus fios bem curtinhos, um pouco abaixo da orelha, e deu uma leve tonalizada para a cor ficar mais aceitável.

Cris Malheiros com corte químico no cabelo
Foto: Arquivo pessoal

Desde então, minha rotina de cuidados é intensa…

Recuperando o cabelo após o corte químico

Passei a ir ao salão uma vez por semana para fazer tratamentos restauradores. Na primeira semana pós-corte químico, para se ter ideia, eu sequer conseguia lavar e secar em casa. Escutava o barulho do meu cabelo quebrando quando passava a escova. Precisava manuseá-los com os dedos mesmo.

Mergulhei numa rotina rigorosa de cuidados para o cabelo. Faço cronograma capilar em casa e no salão. Se lá eu faço hidratação, depois eu sigo, em casa, com a etapa de nutrição, por exemplo.

Também uso um blend de óleos (de coco, argan…) para fazer umectação, que ajuda bastante na recuperação. Tomo suplemento vitamínico para ajudar a acelerar o crescimento e uso um tônico pro cabeludo específico para esse mesmo fim.

Além disso, evito ao máximo o uso de ferramentas térmicas. Por esse motivo, diminuí até a frequência de gravação de vídeos no meu canal no Youtube. Se uso o secador, passo protetor térmico antes e ajusto para a potência morna e não uso escova. Chapinha, só pra gravar mesmo. E babyliss nem pensar, tirei de uso.

Já se passaram dois meses do corte químico, e ainda vejo pedacinhos de cabelo caídos na minha roupa. Hoje os fios estão mais resistentes, bem mais saudáveis, com brilho, mas ainda sinto eles um pouco elásticos. A parte da nuca é a que mais ficou sensibilizada, até hoje o buraco não desapareceu.

Cris Malheiros alguns meses depois do corte químico
Foto: Arquivo pessoal

Como fica a autoestima?
Só quem passou por um corte químico sabe o quanto é triste. Sempre fui muito segura e bem resolvida, me sentia bem comigo mesma. Não sou apegada ao cabelo, já tive ele comprido e de repente cortei, mudei de cor… Posso afirmar que sou receptiva à mudanças. Entretanto, o corte químico, de fato, mexeu muito com meu emocional, a ponto de não querer mais gravar vídeos, tirar fotos, me maquiar, arrumar o cabelo, sair de casa…

Conforme meu cabelo foi se recuperando, fui me sentindo mais segura para retomar minhas atividades e gravar vídeos pro meu canal. Minha filha de sete anos e meu marido me dão muito apoio, falam que vou conseguir seguir em frente, restaurar a saúde dos fios…

Mas, de fato, ainda me sinto muito mal com o ocorrido. Não desejo pra ninguém o que passei. Porque não existe milagre, sabe? É uma dor imensa. Nosso cabelo é tudo pra gente. É horrível assistir todos aqueles fios descendo pelo ralo do banheiro, nunca passei por um trauma tão grande.

Lidando com o novo cabelo curtinho

Passei a investir mais em acessórios, compro presilhas novas, faço trancinhas laterais, mudo a divisão do cabelo, aposto em penteados semipresos… Tudo o que posso fazer para deixar ele bonito, eu faço. Adoro, inclusive, assistir vídeos no YouTube para aprender novas formas de estilizá-lo, porque cansa vê-lo sempre do mesmo jeito. Penso que o baque de cortar curtinho só não foi tão grande porque antes já tive cabelos mais curtos.

Aprendizados

A primeira grande lição é que vou ter muito mais cuidado na hora de escolher o profissional que mexe nos meus cabelos. Nesse momento, não quero nem ver procedimentos químicos na minha frente, mas depois que estiverem bem recuperados, se eu tiver coragem, pretendo voltar a fazer as luzes de sempre no meu cabelo loiro.

Sim, é possível que meus fios já estivessem sensibilizados por tantos processos, mas acredito que a cabeleireira, como profissional, poderia ter alertado da última vez que meu cabelo não aguentaria todas aquelas luzes. A realização do teste de mecha teria sido um ato responsável da parte dela porque, muitas vezes, a cliente, no impulso pela vontade de mudar, sequer para pra pensar nas possíveis consequências.

Além disso, quando voltei a ser loira, meu cabelo não estava sensibilizado nem danificado. Se tivesse notado que ele precisava se recuperar, não teria ido ao salão. Mas não julgo: às vezes, aquele não era um bom dia para a profissional, era tarde na noite, ela estava cansada, atendendo outra cliente… Acredito que o corte químico possa ter acontecido por um conjunto de todos esses fatores que nos envolvem.

Mas, se pudesse voltar no tempo, não teria ido fazer aquelas últimas luzes. Teria permanecido ruiva até hoje, fazendo os retoques necessários. Deveria ter dado um intervalo maior entre aqueles dois procedimentos. Mas ter cabelos coloridos, azul, rosa… Disso não me arrependo! Me orgulho das minhas mudanças, fazem bem pra minha autoestima.

Se eu puder dar um conselho final, recomendo que todo mundo conheça cada vez mais o seu cabelo. Conheça, avalie, saiba o que ele está pedindo. Esse é o mais importante. Hoje, sigo acompanhando todo o progresso do meu cabelo por meio de fotos, e mal posso esperar para tê-lo de volta, cheio de vida”. 

Assista ao vídeo em que Cris conta mais sobre seu corte químico:

Vídeo em destaque
ATH Video

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Foto do Shampoo Dove Regeneração Extrema
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